sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O Eterno Dilema




"Quem escolhe demais meu bem, acaba escolhida!"



Pois bem, era o que eu dizia sempre à minha irmã em relação aos homens, já que ela era rigorozìssima quanto aos seus critérios de seleção, e olha que a fila de homens atrás dela era grande podendo ser comparada a de beeshas a espera de um ingresso para o show da Madonna.


Após um bom tempo eu percebo que valeu a pena, pois ela está namorando um homem maravilhoso, desses que não existem mais por ai perdidos nas estradas da vida. O segredo foi a seleção rigorosa? Não sei, pois ultimamente tenho sido cada vez mais seletista para com pretendentes a namorado oficial. O problema é que eles estão cada vez menos aptos à seleção. Ninguém mais quer disputar nada nos dias de hoje. Essa é a verdade!


Noite passada estava eu e meu amigo Mr. Kako conversando pelo MSN até altas horas foi aí que nos interrogamos:



_Como pode duas pessoas maravilhosas como nós dois a uma hora dessas da madrugada estarem sozinhas e sem nenhuma opção amorosa para seguir em frente?



Pois ele estava contando de mais um caso de amor mal resolvido, dessa vez com um hétero que ainda não se decidiu sobre sua opção sexual, e eu lhe contando de meus recentes infortúnios com pessoas que não estavam dispostas a levar nada a diante.

Não estou falando de dois caras feios e nem dois caras sem nenhum charme e nada assim. Estou falando de dois caras cultos, bonitos, charmosos, trabalhadores, esforçados que não conseguem resolver o eterno dilema: Por quê ainda estamos sozinhos?


Parece que não há uma resposta simples a essa indagação. O que acontece é que temos milhares de livros tratando desse tema tão abordado recentemente. Mas porque não parece que queremos estar com alguém? Sabe, eu quero ser independente mas também quero pertencer à alguém; eu quero ter sexo selvagem mas também quero dormir de conchinhas com alguém especial; eu quero curtir balada mas quero fazê-lo ao lado de alguém divertido ao qual meus amigos adorem; eu quero ouvir eu te amo e quero poder dizer livremente sem ter medo da reação.


Mas parece que estamos entrando em uma época em que o sexo sem compromisso (o qual defendo sim, quando é de ambas as partes sem compromisso) escravizou as pessoas, e não mais o "felizes para sempre" que está em voga.


Aliás, num recente jantar na casa de um casal de amigos mui queridos aprendi a tirar o "pra sempre" de minhas idealizações para só assim ser feliz...


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

...Saindo do Armário (de Salto Alto)...




*foto by Mariana Andrade



Quando nasci mamãe tinha uma opinião formada quanto ao meu futuro. Casaria e teria lindos filhos que ela chamaria amavelmente de netinhos... Pois bem, me casei, descasei e continuo nesse mundo de meu Deus sem saber se algum dia terei ou não um filho. Mas já vou de antemão afirmando: não me preocupo mais com rótulos e nem com padrões. E afinal de contas, ela já tem seis netos pra se preocupar e não ia precisar de mais um...


Sei que é dificíl sair do armário contando para pessoas que amamos e respeitamos e isso o digo com conhecimento de causa, mas é um esforço necessário para então podermos gozar de uma vida realmente livre sem pressões e o principal de tudo, sem acusações! Pois elas existem e continuaram a existir, mas parece que uma força interior tão grande sai no momento em que abrimos esse armário, que pode o mundo se acabar, que estaremos e permaneceremos de pé.


O meu armário foi complicado para ser quebrado, mas quero apenas me concentrar em um acontecimento a um tempo atrás. Na cidade vizinha de Itajaí há uma festa anual intitulada de "Festa das Montadas", onde o requisito obrigatório para entrar é que os homens devem ir de vestidos longos e as mulheres de terno e gravata... Isso mesmo, literalmente tirar do armário a roupa "especial" e curtir muito.


Fomos eu, Ricardo, Leon, Márcio e Mabele, uma amiga minha muito querida que também aproveitou o evento para "simpatizar-se" mais com a causa. Emprestei um vestido verde curto. O pior era que minha meia fina resolver rasgar-se no momento em que a colocava. resolvi investir na noite depilando minhas pernas. Coloquei um salto alto prata e uma linda peruca loira e alguns acessórios. Parecia uma paquita com sindrome de botijão de gás.


A minha primeira aparição em público "transformada" foi ao descer as escadas de meu prédio. Quero parabenizar as mulheres por usarem saltos todos os dias demonstram o quanto são guerreiras. Mas no momento em que sai do prédio, não havia ainda me dado conta de que no primeiro andar havia um churrasco na sacada e todos - quero frisar todos - estavam vendo o meu desfile. Fui aplaudido, ops, aplaudida! Mas a noite estava apenas começando e fomos o mais rápido possivel para a festa.


Uma chuva torrencial caia lá fora e quando chegamos ao local onde se realizaria a festa ao redor de uma piscina toda decorada, percebi que não sabia andar de salto no barro, e lá estava eu com o pé todo atolado de barro. Quem disse quem isso era motivo para não nos divertirmos. Bebemos muito, cantamos muito, dançamos muito. Eu havia me tornado "Penélope Charmosa" e encantava a todos com meu charme e meu biquinho nas poses e fotos...


Lá pelas tantas, fui com meus amigos para a boite. Não tinha noção do quanto estava bebâdo e nem das roupas que estava usando. Para se ter uma idéia o salto do sapato já estava sem os dois tacos até que se rompeu na lateral. O pior é que sempre quando não estamos de acordo encontramos as pessoas que não queremos. Lá estava no meio do salão meu namorado que dissera não ir a festa pois não a achava digna... Ele me viu, me olhou e me desprezou de uma maneira tão dura pra mim que dei um jeito de ir embora dali rapidamente.


Sentei-me na calçada, com meu amigo Márcio e enquanto estava chateado ele cantava:


"Somos todas prostitutas, filhas de uma puta e queremos dar, lá lá lá..."


Aquilo era tão hilário que não me contive e ri muito, com altas gargalhadas.

Ricardo nos levou para casa onde ainda não conseguia parar de rir.


Melhor do que ter uma noite em cima do salto, é você ter coragem (e peito) para dar risadas de si e do preconceito que muitos gays ainda não sabem que tem! Ah e quanto ao namorado, tadinho perdeu a oportunidade de ser feliz ao meu lado.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Será que dá pra calar essa boca?"

Qual o melhor programa para um domingo?

Duas opções são as mais pedidas para os gays domingueiros: shopping ou sauna!

No Shopping há um desfile de beeshas usando as novas tendências da moda em seus corpos bem cuidados e torneados por horas de academia e baladas de alto nível.

Na Sauna predominam os coroas maduros que tem muito a ensinar as novas gerações de beeshas que desabrocham dia após dia.

E quando se está na fase intermediária entre os coroas grisalhos e as beeshinhas novinhas, fica mais dificil se alocar em lugar algum.



Saimos num domingo desses eu e meu amigo Paulo para irmos a algum lugar interessante para podermos passar mais um "domingo legal", e não tinhamos outra opção entre as duas pedidas, escolhemos sauna...

Fomos nós acreditando ser a melhor opção para os dois, mas não sabiamos o que fazer.

Primeiro a vergonha de ficar apenas de toalhas e segundo, ver todas aquelas besshas de toalha...



_Ai se alguém me ve aqui. Pensava e expressava verbalmente Paulo a mim.

_Não se preocupe, vamos nos dar muito bem! Incentivava-o e me enganava com o incentivo.



Nos dividimos entre as muitas opções de "lugares" que a sauna oferecia. Acabei por ficar no deck da piscina, enrolado com uma toalha branca e vendo todos que passavam. Como um mercador podia escolher entre aqueles corpos, mas estava dificil escolher alguém legal pra mim naquele dia. Pensei na possibilidade de satisfazer ao menos meu corpo com um refúgio sexual com um daqueles que passavam, mas não sabia como chegar até eles.

Foi então que um dos poucos deuses gregos daquela tarde resolveu dar o ar de sua graça a esse pobre mortal. Mas como estava meio assustado só sabia falar e falar. Conversamos muito, e acabei descobrindo que ele estava de férias e que havia a pouco se separado de um outro homem maravilhoso, e que queria muito sair pra curtir. Não havia percebido, mas ele estava flertando comigo, então começei a jogar charme pra cima dele e ele me respondeu categóricamente:

_Não consigo fazer sexo com alguém na sauna com quem eu tenha tido uma conversa antes!



Me calei pois novamente confirmava minha teoria de que eu falava demais.

Eu e meu amigo fomos logo em seguida para o shopping, nossa segunda parada na esperança de um bom encontro. Ele havia odiado o lugar, mas ne contou sobre seu passeio aos darks que haviam no segundo piso da sauna...


Chegamos ao shopping e minha já calejada teoria de que quando as coisas não vão bem, elas podem ficar piores, decidimos ir ao cinema. Na entrada do mesmo encontramos a razão do meu mau pressentimento: meu ex Carlos com seu atual affair, o qual não me interessa saber seu nome. Fiquei em uma daquelas situações onde um sorriso amarelo era o máximo que conseguia oferecer, além de um aperto de mãos.

Dentro do cinema foi que percebemos que estava lotado, e que o pior era que Carlos ainda gostava de sentar-se nas cadeiras bem na altura da tela, bem acima de onde eu e meu amigo iriamos nos sentar. Não me lembro que filme era, mas o nervosismo tomou conta de mim e meu amigo queria me ajudar, mas o som era altíssimo do cinema e começei a falar como eu sentia falta dele e que como podia ter acontecido de tê-lo encontrado logo ali no cinema, que era muita coincidência, e eu não conseguia novamente fechar a boca, até que num impulso Paulo grita comigo:
_Será que dá pra calar essa boca, não é por que seu ex-namorado está com outro cara que você precisa ficar me atormentando com esse palavrório...

O pior não foram as palavras, foi que no momento em que ele começou a falar o som da sala emudeceu e somente os gritos do meu amigo direcionados a mim podiam ser ouvidos.
Tragédia total!!!

Ainda me recupero do desastre, mas sei que um dia conseguirei, afinal de contas tem muitos domingos ainda por vir e desastres semelhantes a que irei passar. Mas é bom sempre ter um amigo por perto pra te ajudar a passar por um mico público!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem fala demais come mosca...

Quando se está apaixonado ou em outra qualquer situação em nossas vidas precisamos refletir antes de falarmos qualquer coisa. Já é conhecida aquela velha estória da menina que falava demais e sem querer comeu uma mosca em um momento em que sua boca não ficou fechada... Se teve indigestão ou não ou se tiveram que chamar o SAMU para resgatar a coitada, não me lembro. Apenas sei que quando estamos amando falamos demais e queremos que todos nos ouçam com a mesma empolgação com que contamos sobre pequenos detalhes tão tolos para qualquer um, mas para os amantes são como música, ou o zumbido da mosca a ser engolida chegando...
Certa feita era carnaval, e estavamos eu e meu namorado Troy em uma dessas lanchonetes no calçadão próximo ao mar, onde ele me levou para experimentar uma receita pra lá de intencional: vitamina de açai com guaraná. Enquanto experimentava a iguaria, minha boca não se calou um segundo contando todas as peripécias que aconteciam na loja naquela semana. E tudo era tão importante que precisava ser dito, pois bem, não percebi se meu ouvinte estava ou não interessado, até que recebi uma mensagem em meu celular. Imediatamente abri o celular e lá estava, em pequenas letras pretas sobre o fundo cinza claro a maior declaração de amor que havia recebido até então:
"Eu te amo, por favor não me faça sofrer por isso!"
Enquanto eu falava e falava, ele escrevia aquela pequena frase que conseguiu mudar todo o meu coração em um segundo. Talvez fosse intencional a complementação pelo que iria acontecer em seguida...
Aquele carnaval durou três dias e nossa paixão rendeu uma lua de mel divina. Não sei se foi a vitamina de açai com guaraná, mas não saimos nenhum dia de casa.
No terceiro dia, uma mosca entrou em nosso quarto com seu zumbido insuportável. Estavamos conversando, e no momento em que ele havia aberto seu coração para mim eu me senti livre para abrir o meu a ele, porém escancarei-o demais...
Chegamos ao ponto em que eu devia ter calado a boca. Perguntou a mim qual era a minha maior fantasia sexual, e eu na maior inocência (pra não dizer idiotice) lhe disse: Ter uma menage a trois, e você? Era como se aquilo lhe soasse como um tapa no rosto. Como alguém tão liberal até então podia ter feito aquela cara quando lhe disse apenas a maior de todas as fantasias sexuais?
_Mas você já fez isso? Me perguntou na maior cara de aberração.
_Sim, e foi maravilhoso. Podíamos até mesmo repetir...
Quando se é liberal sexualmente ou então fala-se demais, tem de estar certo de que irá engolir a mosca, como eu fiz naquele instante, e meu feriado de carnaval se acabou ali mesmo.
Quantas moscas depois quase engoli tentando me desculpar desse fatídico acontecimento?
Quantas vezes chorei sabendo que a felicidade estava ali e eu a troquei por uma mosca nojenta?
Mas hoje espero não mais falar tanto, nem comentar tudo, nem mostrar tudo que escrevo e nem pensar em voz alta, afinal de contas as moscas estão por ai, voando aguardando alguém que não feche a boca para ali pousar. Por isso amigo, quando ouvir um zumbido, feche a matraca!

sábado, 25 de outubro de 2008

Os Outros


Os Outros
Já conheci muita gente Gostei de alguns garotos Mas depois de você Os outros são os outros Ninguém pode acreditar A gente separado Eu tenho mil amigos mas você foi O meu melhor namorado
Procuro evitar comparações Entre flores e declarações Eu tento te esquecer A minha vida continua Mas é certo que eu seria sempre sua Quem pode me entender Depois de você, os outros são os outros e só

Kid Abelha

Não sou muito bom em estatística, mas eu tenho certeza que a probabilidade de pessoas comuns como eu e meu amigo Ricardo encontrarmos o homem certo para nós é muito pequena, já que temos de levar em conta milhares de variáveis desconcertantes, e o principal: comparar o presente com o passado glorioso ao lado de nossos ex.

Parece uma grande piada, pois quando eu estava namorando a grande paixão de minha vida, eu conseguia enxergar sim muitos defeitos. Troy era um homem complicado. Sua família não sabia de sua opção sexual e tinhamos de viver as escondidas (hoje isso seria impensável para mim) além de viver muitos e muitos atritos com suas constantes mudanças de humor e repentinas traições. Mas quando estavamos juntos, ele me tratava como um rei e eu sentia uma sensação única de bem estar que jamais depois consegui ter novamente. E o sexo, nem posso descrever.
Da mesma maneira meu amigo Ricardo vive a sombra de um grande homem que um dia foi chamado de seu, porém nunca mais encontrou alguém que conseguisse suprir as necessidades que nem ele mesmo sabia que possuia antes de terminar com seu deus grego. Apolo era tudo isso. Um tenente da marinha que possuia além de muitas divisas, um carinho único demonstrado a meu amigo deixando-o por vários anos após o término do namoro num vazio quase impossível de ser preenchido.
"Depois de você, os outros são os outros e só!"
Estavamos os três em uma mesa no shopping essa semana conversando, eu, Ricardo e Marcos discutindo sobre as minhas posições em relação a não me prender a mais ninguém. Para Marcos a minha posição de não querer "casar" com ninguém tem apenas o estigma de aproveitar a prosmiscuidade livremente. Marcos era uma dessas pessoas únicas que acreditam no amor e não consegue ficar sozinho, sempre está namorando alguém. Casamento é com ele mesmo!
_Mas você tem de aceitar o que a vida lhe oferece. Se a vida lhe trouxe essas pessoas, é entre elas que você encontrará seu grande amor e não ficar por ai procurando o homem ideal.
_Marcos, não concordo que eu tenha de apenas aceitar e pronto! Nenhum dos que me apareceram até agora eram os caras certos.
Ai veio a confirmação do que eu temia:
_Esse é o seu problema, você idealiza os homens com o Troy. Se o Troy viesse agora e dissesse que quer se casar com você, o que você faria?
_Mas isso é outro caso. - Como sempre saída pela tangente.
A realidade é que ele estava coberto de razão. Eu estava fazendo comparação entre Troy e os outros... E o pior, ele ainda era melhor que os demais. O mais engraçado foi que o Ricardo não falou nada durante a discussão, pois sabia que eramos cumplices nesse aspecto, mas sua postura independente jamais iria aceitar que outro leonino pudesse lhe dar conselhos e ainda o pior, perceber que precisava deixar o passado pra lá, deixado esquecido em outra cidade, em outro estado, em outra vida.
Mas como é possível esquecer de alguém que foi tão importante e nem se dá conta do quanto lhe foi amável? Pior, que não tem idéia de que ainda uma chama arde em corações esperançosos. Afinal, para quem já comeu filé migon fica dificil se acostumar com carne de pescoço!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Carência Sentimental...




Estive durante essa tarde meditando sobre carências. Pensei que só pode ter carência sentimental quem já anteriormente tenha sido consumido por um sentimento que queira novamente gozar. Pois sem nunca ter sentido seria necessidade!


Ter carências é o que nos recorda de que somos humanos e precisamos de certas coisas para viver. Seria uma das poucas coisas que o dinheiro não compraria e difícil é ser negociada. Mas todos nós queremos e buscamos ansiosamente.


Júlia* minha querida amiga é uma dessas pessoas valentes que conseguem suprir como ninguém a minha carência por afeto. E a esse afeto chamo de amizade. Outros tipos de carências são mais profundas, como pelo carinho de nossos pais, namorados, amantes, affairs, e por ai vai.


Recordo-me de que sempre visitava essa amiga em seu apartamento que havia alugado após sua conflitante experiência de separação, e agora morava com um amigo seu que trabalhava na noite de maneira bem sutil... por assim dizer. Esse era Gerson. Ele possuia muito carisma e um rosto belíssimo que o isentava quanto à sua baixa estatura para o trabalho que realizava. Acabei ficando "amigo" dele.


Pois em uma tarde em que precisava pegar alguma coisa no apartamento de Julia, a qual não me recordo, ela não estava e apenas presente estava Gerson, que prontamente abriu o apartamento e me convidou a entrar. Acabamos conversando um pouco, e esse assunto veio à tona. Dizia que estava muito carente e que precisava de alguém de verdade em sua vida. tentei não me opor no momento em que ele me permitiu usar de seus serviços de graça, e fui embora percebendo como a carência pode tocar alguém. Após um tempo ele voltou para casa de seus pais e hoje deve estar cuidando do gado e ordenhando vacas.


Pior do que você suprir a carência de alguém, é você estar passando por uma fase de carência e acabar entrando em furada com um profissional, e comigo foi assim...


Estava eu caminhando pelo calçadão da Av. Atlântica após a balada de sábado para domingo, isso umas seis da manhã, avistei um rapaz alto, encorpado, cabelos loiros de uma boa aparência e cumprimentei-o e percebi que ele me fitava de uma maneira divertida. Como a noite não havia rendido nenhum beijinho, pensei ser ele a minha solução para a carência. Conversamos e percebi então que ele não era gay e que estava sem dinheiro e por isso toparia qualquer coisa. Não queria pagar por nada disso, mas ele insistiu e continuei tentando argumentar civilizadamente. Não houve recurso. Fui embora e ele me seguiu por muitos metros, dizendo absurdos e me chantageando, até o momento em que passou um ônibus e eu entrei sem saber para onde ia, mas me afastei daquele louco.


Tempos mais tarde a minha carência continuava. Foi então que encontrei o mesmo rapaz no mesmo lugar de antes, só que agora com uma aparência pior, quase maltrapilho. Fiquei com muita pena e conversamos e o levei para minha casa para lhe dar algo pra comer. Acabou passando a noite em meu apartamento. E assim por duas semanas eu tinha um inquilino tapa carência em minha vida.


Foi tão difícil me livrar dele como foi da primeira vez. Lhe dei dinheiro para conseguir outro lugar, ajudei-lhe a arranjar um emprego mas ainda era complicado para ele. Percebia que isso não estava em nada me ajudando com minhas carências, estava eu bancando o papel de pai/mãe daquele marmanjo inconsequente.


Nunca mais o vi. Espero que esteja bem onde estiver, mas com isso aprendi que a pessoa que melhor vai saber tratar das minhas carências está digitando esse texto agora. Sou eu mesmo! Não preciso pagar para ter minhas carências satisfeitas, preciso sim me amar e saber que eu sou a melhor companhia para mim mesmo!


E tenho dito!!!

Avenida Brasil








"Não consigo mais viver longe do conforto."


Foi a última coisa que lembro ter dito ao meu amigo Ricardo ao telefone quando questionado se acaso eu não queria alugar um apartamento mais no centro da cidade, já que onde moro atualmente não é tão proximo a lugares badalados, a não ser que uma creche e uma padaria se tornem febre na próxima estação? Quem sabe.



Mas a verdade é que quando chegamos a certo ponto de nossas vidas(e isso não quer dizer necessariamente idade) queremos mais viver com conforto e bem estar do que morar no centro em um cubículo qualquer cheio de baratas, para se estar onde tudo acontece.



Estas questões geográficas influenciam muito nas conquistas, pois quando se mora no centro qualquer um pode ser convidado a lhe fazer uma visita, mas quando se habita em um bairro mais afastado, outros pontos devem ser levados em consideração, a locomoção por exemplo.




Dizia ele que um amigo em comum havia locado um apartamento bem pequeno de frente à avenida Brasil e que isso ia lhe render muito mais mobilidade na cidade, e blá blá. Claro que isso levando em conta as conquistas fáceis, as custas de suas noites mal dormidas, já que estou falando de estar no ponto mais nervoso da cidade que não dorme nunca!




Quando cheguei a Balneário minha primeira moradia fixa era bem no centro da cidade! Um porão onde para chegar tinha de descer uma escadaria. Aliás, era insalubre e feio. E começei a conhecer um problema de cidades turísticas, o alto valor dos alugueis. O valor pago era maior do que pago hoje em um apartamento de dois quartos, sacada, sala, banheiro e cozinha de alto nível, mais afastado do centro é claro.



O relacionamento com seu apartamento é tão importante quanto com um homem. Todas as suas qualidades e defeitos devem ser levados em conta, e somente quando você se sente completamente à vontade é que deve ficar onde está ou ir em busca de algo melhor localizado, onde novas opções podem aparecer mais facilmente.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fashionista???



O que é ser Fashionista?


Dia desses estava lendo na JUNIORº uma entrevista com Alexandre Herchocovitch onde ele trata a uniformização das monettes fashion que saem para as boates e noites gays quase sempre com o mesmo modelito (skinny+lenço no pescoço+nike), os ratos de desfile de moda que se infiltram nos mesmos e todas essas facetas do cenário gay e cheguei a uma conclusão: Temos que ter paciência com toda essa diversidade!


Não tenho um corpo sarado, aliás, está bem longe disso! Mas gosto de usar roupas que me caem bem e que tenham algo que imponha um certo respeito, pois infelizmente é comprovado que as roupas falam mais de alguém à primeira vista que mil palavras.


Quando olhamos uma mulher usando uma saia na altura da cintura cobrindo os joelhos e camisa branca e poucos acessórios, decidimos que ela é uma puritana; quando vemos um homem trajando terno e gravata, decidimos que ele é importante e assim vai.


Com os gays é pior ainda. Pelas marcas definimos quem é mais interessante, e quem não o é. Definimos e julgamos sim pelas roupas muitas coisas...


Certa feita namorei um rapaz que era lindo e maravilhoso, porém suas roupas eram um desastre. Começei a lhe presentear com algumas peças mais transadas e modernas, e ele as usava só quando estava comigo. Certa feita resolvi mudar completamente seu visual. Troquei todas as suas roupas e fiz um ensaio fotográfico muito sedutor. Consequência disso ou não, seu ego foi inflamado devido aos vários elogios que recebeu e acabei por perder o namorado...


Mas isso não é de todo ruim. Eu sou um fã absoluto de revistas de moda. Amo VOGUE, BAZAAR, MARIE CLAIRE, adoro ler a CARAS só para ver os vestidos que as atrizes estão usando em uma vernissage ou em uma entrega de prêmio...


Quando criança tinha a minha BARBIE a qual vestia com modelitos por mim criados e que eram maravilhosos demais. A imaginação era fértil de verdade naquela época. Não podia comprar roupas de bonecas então as fazia manualmente...


Usar a moda para nos expressarmos é algo muito divino e é maravilhoso, mas pode ser cruel.

Lembro-me uma vez em que estavamos eu, meu amigo Leon* em uma inauguração de um bar sofisticado em nossa cidade. Fui ao meu ver, vestido adequadamente. Vestia uma calça black jeans, um sapato preto clássico, uma camisa branca e um sueter listrado de preto e branco. Ao meu ver estava maravilhoso! Lá pelas tantas, meu amigo Leon, que esquecera até aquele ponto sua ponderação quanto à bebida e classe disse ao grupo de amigos que nos cercavam, ao perceber no mesmo recinto uma menina com um sueter igual ao meu...

_Isso que dá comprar essa blusa em saldão, todo mundo tem igual...


Claro que todas as monetes no momento riram e zombaram de mim, afinal de contas poderiam ficar um mês sem comer mas tinham de comprar a nova calça da COLCCI que foi lançada recentemente. Era compensador pra elas.

Pra mim aquilo foi uma facada, pois meu amigo Leon trabalha como designer de moda, e esquecera que muitas foram as vezes em que ele havia feito o mesmo: comprado sua blusa em uma loja de departamentos onde pelo menos outras vinte pessoas iriam possuir o mesmo gosto que você, mas iriam pagar pelo menos 1/4 do valor da mesma peça em uma loja de grife...


Senti-me como se o mundo parasse, e todas as dezenas de pessoas a minha volta me olhassem e precebessem que minha blusa, que até então era maravilhosa, havia se tornado repentinamente uma cópia barata de alguma peça. Pior, era ver aquela sapa feia, baixa e gorda usando a sua blusa... Mas, a noite estava começando e meu amigo merecia uma lição, a qual dei no mesmo momento:

_Comprei mesmo em saldão! O dinheiro é meu, não devo nada a você e espero que sempre tenha dinheiro suficiente para comprar roupas apenas em lojas de grifes famosas.


No fundo eu gritava: Seu maldito, desgraçado, invejoso, canalha... Mas não era essa a hora de falar. Retirei-me daquele capcioso grupo e fui conversar com alhguém que com certeza possui tanto bom gosto quanto eu: a menina da blusa listrada.


Conversamos muito, rimos muito, tiramos fotos com suas amigas e percebi que quem tem problemas com o mundo fashion, são os que se obrigam a estar sempre nele...


Passado algum tempo, meu orgulho me incitou a fazer algo maldoso. A grife onde meu amigo trabalhava acabou por vender algumas peças de suas coleções de bolsas e acessórios para a loja de departamentos em que eu estava... Não podia acreditar, comprar as peças da grife do meu amigo, ali na loja de departamentos...


Qual foi a minha decisão? Nenhuma. Não comprei a bolsa, pois pensei que essa atitude não valeria o preço que ia pagar (apesar de ser bem mais barata que na loja do meu amigo) seria o preço da minha consciência e essa não tem valor, e prefiro ficar de fora do mundo fashion, usando ou não minha blusa listrada.
Afinal de contas, quem manda no meu nariz sou eu!

Exemplo...

Favor ler o tópico anterior a esse primeiro...


Tenho o exemplo de um conhecido meu, o chamaremos de "Adam". Ele era um cara a quem poderíamos chamar de puta maior, pois com seu vasto currículo de encontros havia já ficado e mantido relações com toda a região de Balneário Camboriú e cidades vizinhas.


Era uma sexta-feira e estavamos eu e meu amigo Ricardo* na boite como sempre, dançavamos e bebíamos alguma coisa com teor alcólico, sem deixar de olhar para todos ao redor com a certeza de aquela noite conseguiriamos conhecer alguém legal.


Lá pelas tantas, ele chegou e através de um amigo em comum veio até mim, com aquele olhar maroto de quem esta ali a procura de algo para aquela noite apenas. Eu pouco me insinuava, mas aceitava os olhares e o jeito malicioso com que conversava comigo. Já bem tarde cedi. Fomos ao meu apartamento e tivemos uma louca e inusitada experiência sexual, dessas que assistimos em filmes tórridos de baixo calão. Em seguida dormi, e pela manhã lá estava ele novamente afim de mostrar-me mais um pouco de suas "acrobacias sexuais".


Á noite, fui a mesma boate com meu amigo e novamente estava ele lá, com seu olhar maroto, mas agora direcionado ao meu amigo Ricardo, que também não quis se fazer de rogado e como eu, o levou para casa e experimentou de suas habilidades sexuais...


Eu fiquei um tanto intrigado com eles, pois não estava tão acostumado com isso tudo e então fui falar com outro amigo, um pouco mais experiente para que me dissesse que postura tomar: se meu amigo estava dando em cima de meu namorado ou se ele era uma puta mesmo e não podia esperar outra postura. O Renato*, que já conhecia a pessoa melhor que eu, me tranquilizou dizendo que não era meu amigo que me traíra com meu namorado, mas sim que ele estava apenas se divertindo com o Adam, algo completamente normal, já que o Adam não era de ninguém... Ele pertencia a quem o quisesse por uma noite... apenas... e depois iria cair fora!

E assim Adam ficou comigo e com meu amigo no mesmo fim de semana...

Porém, o mais intrigante de tudo isso foi que alguns meses depois encontro eu novamente a Adam em uma caminhada pela orla e ele me conta que esta casado e feliz com um gerente de produção que havia conhecido em uma cidade vizinha e não sabia como podia ter perdido tanto tempo com casos sem importância... (Como eu por exemplo)
Fiquei um tanto quanto decepcionado, já que não ia mais poder ter aquelas acrobacias novamente, mas feliz por ele ter encontrado seu caminho com alguém especial.


Será que era amor que ele sentia, ou agradecimento, pois a sua nova paixão também lhe deu além de um amor incondicional, um automóvel e um apartamento novinho, e uma vida bem diferente daquela vivida nas boites do mundo gay.


Então me questiono constantemente: quem foram as putas, eu e meu amigo Ricardo que usufruimos (seguramente) do caliente poder do sexo sem culpa e sem compromisso ou o Adam, que recebeu uma ótima salvaguarda financeira e sentimental por aceitar amar alguém dessa forma?




*nomes dos personagens foram modificados para proteger a integridade dos envolvidos....

Somos todos putas???




O que é ser uma puta de verdade?

Entre os gays é comum usarmos sempre o feminino para descrevermos uns aos outros e até a nós mesmos, por isso a palavra puta, mas poderia ser puto, gigolô, cafageste...
A nomenclatura não importa, o fato é: somos todos nós putas, ou há aqueles que conseguem ser mais que outros.

Na minha adolescência cresci ouvindo que prostituição era o ato de ter relações sexuais com qualquer pessoal que não fosse seu conjugê. Qualquer um! Isso então engloba todo sexo fora dos "sagrados" ritos do casamento...

Isso já me deixaria bastante instigado a admitir invariavelmente que SOU uma puta, afinal de contas já havia tido mais de uma relação extra-conjugal. Mas e qual de nós meninos que nunca tivemos uma relação fora do casamento? Claro que existem exceções - mas essas aberrações que me desculpem pois não vão gostar desse blog...- e para essas pessoas não estou escrevendo.

Então seriamos todos putas...

Puta é alguém que cobra para ter relações sexuais com outra pessoa, e estou consciente de que não apenas por dinheiro, mas também por posição social, presentes, ou outro qualquer benefício que venha a receber pela seção de prazer proporcionada. E ainda, como dizia meu amigo Carlos Eduardo, recebem proteção do governo federal por estarem trabalhando em pról de nossa sociedade intretendo seus clientes, com todos os benefícios que o INSS pode lhes assegurar.

Mas eu quero mesmo é liberar a todos que fazem sexo apenas e somente pelo tesão que isso proporciona e não para receber favores, mas sim gozar gostoso. Se isso faz de nós putas, que o sejamos com orgulho, apenas com muito cuidado para não recebermos algo em troca do prazer: DSTs...

Um abraço

Conversa Entre Meninos

Nasce hoje o meu mais novo bebê! O Conversa entre Meninos pretende ser um blog onde eu vou colocar todos os meus pensamentos sobre amor, sexo, trabalho, sexo, amizade, musica, sexo, e um pouco mais de sexo... tudo isso entre meninos...

Blog voltado ao mundo gay, então a todos, pois na minha opinião o mundo é gay...

Espero que consiga atingir a todos com minhas indagações diárias e minhas investidas para conseguir viver melhor ao lado do homem perfeito para mim... se é que ele existe...

Mas com muito bom humor vou procurá-lo e espero que um dia encontre, e se não o encontrar, espero me divertir muito ao caça-lo...

Então, vamos à caça!!!Bem vindos à festa!!!