
*foto by Mariana Andrade

Sei que é dificíl sair do armário contando para pessoas que amamos e respeitamos e isso o digo com conhecimento de causa, mas é um esforço necessário para então podermos gozar de uma vida realmente livre sem pressões e o principal de tudo, sem acusações! Pois elas existem e continuaram a existir, mas parece que uma força interior tão grande sai no momento em que abrimos esse armário, que pode o mundo se acabar, que estaremos e permaneceremos de pé.
O meu armário foi complicado para ser quebrado, mas quero apenas me concentrar em um acontecimento a um tempo atrás. Na cidade vizinha de Itajaí há uma festa anual intitulada de "Festa das Montadas", onde o requisito obrigatório para entrar é que os homens devem ir de vestidos longos e as mulheres de terno e gravata... Isso mesmo, literalmente tirar do armário a roupa "especial" e curtir muito.
Fomos eu, Ricardo, Leon, Márcio e Mabele, uma amiga minha muito querida que também aproveitou o evento para "simpatizar-se" mais com a causa. Emprestei um vestido verde curto. O pior era que minha meia fina resolver rasgar-se no momento em que a colocava. resolvi investir na noite depilando minhas pernas. Coloquei um salto alto prata e uma linda peruca loira e alguns acessórios. Parecia uma paquita com sindrome de botijão de gás.
A minha primeira aparição em público "transformada" foi ao descer as escadas de meu prédio. Quero parabenizar as mulheres por usarem saltos todos os dias demonstram o quanto são guerreiras. Mas no momento em que sai do prédio, não havia ainda me dado conta de que no primeiro andar havia um churrasco na sacada e todos - quero frisar todos - estavam vendo o meu desfile. Fui aplaudido, ops, aplaudida! Mas a noite estava apenas começando e fomos o mais rápido possivel para a festa.
Uma chuva torrencial caia lá fora e quando chegamos ao local onde se realizaria a festa ao redor de uma piscina toda decorada, percebi que não sabia andar de salto no barro, e lá estava eu com o pé todo atolado de barro. Quem disse quem isso era motivo para não nos divertirmos. Bebemos muito, cantamos muito, dançamos muito. Eu havia me tornado "Penélope Charmosa" e encantava a todos com meu charme e meu biquinho nas poses e fotos...
Lá pelas tantas, fui com meus amigos para a boite. Não tinha noção do quanto estava bebâdo e nem das roupas que estava usando. Para se ter uma idéia o salto do sapato já estava sem os dois tacos até que se rompeu na lateral. O pior é que sempre quando não estamos de acordo encontramos as pessoas que não queremos. Lá estava no meio do salão meu namorado que dissera não ir a festa pois não a achava digna... Ele me viu, me olhou e me desprezou de uma maneira tão dura pra mim que dei um jeito de ir embora dali rapidamente.
Sentei-me na calçada, com meu amigo Márcio e enquanto estava chateado ele cantava:
"Somos todas prostitutas, filhas de uma puta e queremos dar, lá lá lá..."
Aquilo era tão hilário que não me contive e ri muito, com altas gargalhadas.
Ricardo nos levou para casa onde ainda não conseguia parar de rir.
Melhor do que ter uma noite em cima do salto, é você ter coragem (e peito) para dar risadas de si e do preconceito que muitos gays ainda não sabem que tem! Ah e quanto ao namorado, tadinho perdeu a oportunidade de ser feliz ao meu lado.
3 comentários:
adorei a sua história. é dificil acreditar que é verdadeira, como as coutras. Mas vou te dar um voto de confiança.
Gostei mesmo e queria ver a cara dos seus vizinhos.. Rsrsrsrsrsrs
Parabéns.
Hummmmmmmmmmmm
GOSTEI dos textos!!!!!!!!!!
hehehehe
Muito bem redigidos, a riqueza dos detalhes então...
hehehehehe
quero mais e mais!!!!!!!!
abraçoooooooo
realmente como diz o colega ali em cima é dificil acreditar mesmo, mais tbm gostei, continue escrevendo assim.
abraços
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