
Mais um dia de trabalho concluido e nada mais justo para Timóteo do que seguir em direção à sua casa e desfrutar de mais uma noite de descanso em frente a TV assistindo a um episódio da novela das oito e comer alguma coisa feita por ele próprio apenas com a pretensão de forrar o estômago, já que não esperava visitas para aquela noite. Na realidade nem naquela e nem nas muitas outras que se passariam naquele mês de Agosto.
A noite cai mais cedo, prova de que o horário de verão se findara e o inverno estava se fortalecendo a cada dia que se passava. Apenas uma impressão estava mais latente para Timóteo: A impressão de ser seguido!
A alguns passos atrás dos seus, um homem usando um chapéu e um cachecol enrolado no pescoço, cabisbaixo, o seguia. Deveria apenas estar indo na mesma direção, já que seu apartamento fica em um bairro bastante movimentado, habitado principalmente por pessoas que trabalham no comércio de sua cidade.
Acreditava que ao atravessar uma esquina e dirigir-se para o outro lado já seria o suficiente para distanciar-se do estranho que o seguia. Porém, o mesmo caminho era o escolhido pelo estranho, que apenas detém-se por um instante para acender um cigarro e em seguida continua seu percurso na mesma direção de Timóteo.
_Esta apenas indo na mesma direção que eu! Pensa o confuso Timóteo.
O caminho é longo, e sempre a mesma distância os separa. Timóteo e sua cada vez maior pressa de chegar em casa para fugir dos olhares furtivos do estranho que o segue, e o estranho que o segue na mesma direção como se não tivesse outro caminho a ser perseguido para ele naquele momento.
_Será um maníaco assassino? Será um estuprador? Será um ladrão e assassino? Mas por quê eu? Existem tantos outros que andam pelas noites após tardes exaustivas de trabalho. Dinheiro? Não tenho! Beleza? É ruim! Bens materiais? Nem um carro tenho, o que é que essa pessoa quer de mim?
Timóteo percebe que não há outra alternativa a não ser enfrentar seu medo e interrogar o transeunte. Mesmo que isso o coloque em posição delicada, ou então forçe o instinto assassino do mesmo que ao ser confrontado não tenha outra opção a não ser matá-lo.
Ao olhar para trás, o desconhecido atira seu olhar em direção aos olhos de Timóteo, que mais se apavora, já que ele sabe do medo que o mesmo esta sentindo. Dizem que o cão só morde se perceber que sua presa esta com medo, e nada mais certo do que ele ser atacado devido seu medo, que agora está transparecendo por seus poros.
_SOCORRO! Quer gritar, mas não pode fazer escandalos e já está chegando em casa mesmo. O melhor a fazer é correr pelas ruas vazias e escuras até seu prédio e trancar-se em seu apartamento até que o perigo desapareça. Percebe então que está sozinho na frente de seu prédio. O medo parece que dá lugar a uma sensação de alívio.
Coloca então a chave na fechadura nas portas da portaria e uma mão lhe pressiona as costas...
_Timóteo?
O medo toma conta de Timóteo, pois além de apavorante o assassino o conhecia e havia se escondido até poder chegar bem de perto e o matar pelas costas com uma faca, um machado ou algo mais terrivelmente cortante para enfim ter uma morte horrenda!
_Timóteo, você não me ouviu lhe chamar? Sou eu seu vizinho Afonso do 401. Fiquei olhando para você para ver se você me reconhecia, mas parece que não. Estava próximo à sua empresa e acabei vindo após você por todo o caminho...
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