terça-feira, 26 de maio de 2009

Conflito de Gerações






Estamos vivendo uma fase histórica nunca antes presenciada e nem tão menos imaginada por nossos pais e antepassados. Uma fase em que os meios de comunicação estão ditando de maneira mais expressiva a forma de viver que propriamente os mais velhos e sábios antigamente ensinavam.
Estamos vendo diariamente um conflito de gerações nunca antes vivido, onde já se discute o casamento gay, ou então a adoção de crianças por casal gay. Mas ainda assim posso considerar que falta de cada um dessa nova geração um pouco mais de entendimento.
Vejo diariamente centenas de jovens gays se perdendo em futilidades e discussões que em nada irão acrescentar em suas vidas, estas ditadas pela comunicação em massa tão expressiva. É comum conhecer alguns (não estou generalizando) que não se preocupam e nem ao menos lutam pelos direitos que um dia irão querer gozar.
A minha geração viu atônita a morte de milhares de gays devido à exposição ao vírus da AIDS. Vi meus artistas favoritos sucumbirem a esse terrível inimigo que silenciosamente se disseminava nos anos oitenta. Hoje vejo que essa geração não tem mais medo do HIV. Transam constantemente sem proteção e dizem que ninguém mais morre de AIDS. Pode até ser que o tratamento seja eficaz, mas a pessoa contaminada torna-se escrava de medicamentos, os famosos coquetéis e precisa de um cuidado todo especial para sobreviver. Isso não procuram saber.
Ainda que hoje seja status o ser gay, em um mundo onde os gays já são tão bem vistos pela sociedade, que aceitou sua maneira de ser graças à geração passada que pagou um preço alto por isso. Mas e agora vemos sim uma geração de estereótipos afeminados afetados e muitas vezes descontrolados que acabam por transformarem a vida em uma constante parada gay. Andam falando alto pelas ruas, fazendo brincadeiras muitas vezes impróprias e ofendendo outras pessoas, o que em sociedade alguma deveria ser permitido.
Vou todo ano à Parada, que deve ser a nossa forma de luta anual através da mobilização geral, mas o que tenho visto ultimamente? Uma parte significativa das pessoas fazendo daquilo mais uma festa como outras tantas em seus calendários de programações através do ano.
Queremos nossos direitos, mas cadê a nossa luta?
Se queremos ser respeitados em nossa casa, em nosso trabalho, por nossa família, será que o seremos se ainda somos promíscuos? Há lugar para cidadania em um banheirão ou em um dark room? Se a cada noite trazemos um novo “amigo” para nosso apartamento, como queremos ser respeitados pelos nossos vizinhos?
É simples. Se queremos respeito, que vivamos respeitosamente!
Ouço diariamente por héteros que existem pelo nosso mundo afora gays e gays. Aqueles que trabalham, que fazem parte da parcela significativa da sociedade que produzem e os gays que estão por ai, brincando de serem diferentes.
Que a nossa diferença não esteja apenas nas roupas ou na maneira de falar ou ainda no modo alegre de sermos, já que a própria palavra gay significa propriamente dita “rapaz alegre”, mas também o homem que conseguiu enfrentar seus maiores medos e se aceitou como alguém não apenas diferente, mas sim especial.

domingo, 24 de maio de 2009

Sozinho e Muito Bem Acompanhado!





Mais uma tarde de magia e diversão em um parque de diversões com os amigos. Não existe programa mais divertido para elevar nossa auto estima, nossos níveis de cerotonina no corpo, nossa adrenalina e é bom até para a pele.

Como fomos eu, meu amigo Ricardo e seu namorado Augusto, percebi uma situação engraçada pela qual passei em quase todos os brinquedos. Quase todos os brinquedos permitem apenas números pares de pessoas em seus vagões, bancos e cabines. E sempre que iamos, os dois iam juntos em um vagão ou no banco e eu ia junto, mas sempre um lugar ficava vago e forçando a um dos organizadores a arranjarem uma pessoa para me acompanhar, e lá ia gritando: Tem alguém sozinho? E no meio de toda a multidão que aguardavam sua vez para entrar nos brinquedos, eram pouquíssimos que estavam ali sozinhos.

Acabava me divertindo, pois percebi que se vou a um restaurante eles irão me dar um lugar em uma mesa em um canto pois as mesas geralmente são para casais. Sou o único em meu trabalho solteiro. Sempre tenho algum amigo casado que fica com pena de mim e me chama para jantar ou almoçar para não me deixar sozinho. Quando vou a alguma festa de casais, aproveito a comida e a bebida apenas.

Mas não quero escrever isso como uma tristeza ou então uma tragédia.

Estou bem obrigado! O mundo se abre em milhares de oportunidades e sei que a minha está próxima. Posso estar sozinho, mas estou muito bem acompanhado. De mim mesmo para mim mesmo! Posso casar comigo mesmo e ser feliz, posso fazer do jeito que eu gosto e ninguém ficar me olhando. Não preciso dar satisfação dos meus passos a ninguém mais que não seja eu mesmo.

Será que preciso mesmo de alguém? Será que uma terceira pessoa não iria atrapalhar minha relação já existente comigo mesmo?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Que Não Vou Ser Quando Eu Crescer?




Quem me dera ser como um automóvel, e ter vindo direto da fábrica com um manual de instruções com as respostas para essa indagação.

Nessas três décadas vividas apenas uma questão consegui responder sobre a minha existência, e me sinto orgulhoso por isso mesmo sabendo que muitos outros questionamentos ainda estão sem uma solução sensata. Hoje sei exatamente o que não quero!


Não quero ser enganado novamente por pessoas que usam apenas da inocência e inexperiência de outros para se autoafirmarem como homens, mesmo que sejam gays enrustidos;

Não quero jamais enganar a mim mesmo e as pessoas ao meu redor dizendo que posso amar uma mulher e ter relações com ela normalmente como marido e esposa;

Não quero mais ter medo de chorar na frente de outras pessoas pensando que apenas os fracos demonstram seus sentimentos;

Não quero mais me enganar, dizendo que não preciso de alguém ao meu lado para ser feliz. Preciso sim de uma pessoa que me entenda e que me ame. Mas ainda assim sei que não é essa pessoa que vai me fazer feliz plenamente.

Não quero mais ter medo de começar tudo de novo se necessário. De dar a volta por cima e de dizer que errei e que estou disposto a consertar tudo. Mesmo que isso ocorra mais de uma vez!

Não quero mais ter medo de dizer: Eu te amo! De abraçar um amigo, contar uma piada, ou ainda ser o motivo de piada. Por que não rirmos todos juntos das nossas mancadas?

Não quero mais dizer que me arrependo do tempo perdido por decisões mal refletidas. Apenas sei que acertei o caminho depois de andar por vias erradas.

Não vou mais maltratar meus olhos, e nem forçar meus ouvidos a ouvirem o que não vale a pena, como também vou cuidar melhor da minha alimentação e do meu corpo afinal de contas ele já está um pouco mais gasto que antes...

Não quero mais ser privado da liberdade de ser quem eu sou, de gostar do que eu gosto e de me afirmar da maneira como penso, livre e sobretudo corajoso frente ao futuro que se desenrola.


Apenas uma coisa ainda não sei e isso também não me apavora mais, pois mesmo sem saber ao certo o que quero do futuro, já sei exatamente o que não quero!

domingo, 10 de maio de 2009

Os gritos!





E quando a foto não corresponde exatamente à pessoa que se está conhecendo via internet?




Lembrei de que certa vez estava conhecendo um menino pela internet e o mesmo era simpático e muito bonito e parecia que tinhamos muito em comum, poderia ser um daqueles casos que o destino nos presenteia e que só poderíamos agradecer.


Estava eufórico com a novidade e para aprofundar ainda mais o futuro relacionamento, liguei para ele, e para minha surpresa, uma voz extremamente feminina atendeu o telefone. No início pensei que estava errado o número que ele havia me passado, depois imaginei que fosse sua irmã que havia atendido o telefone, mas não, era a rainha da feminilidade que havia atendido o telefone!


Não sou contra os afeminados e nem me preocupo com isso. Tenho amigos que são mais mulher que muitas meninas que conheço. Faço charminho as vezes e gosto de brincar dessa forma. Mas para um relacionamento prefiro um homem com voz máscula que me faça tremer ao seu lado.


Resolvi dar uma chance maior ao meu querido amigo destino e resolvi conhecer mais de perto o menino, para ver se conseguiria ficar com ele.


No primeiro momento a voz já não era mais impecilho pois conversavamos e riamos muito, ele havia me feito uma surpresa e viera a meu apartamento. Deixei rolar, e logo estavamos nos beijando e acariciando.


Num dado momento, enquanto estavamos iniciando o ato, ele começou a gritar e gemer tão alto, mas tão alto que começei a me assustar pensando que estava tendo algum problema. Fui com mais calma, mas ele continuava gritando, até que uma hora percebi que o destino realmente havia me pregado mais uma peça, e pedi a ele que encarecidamente fosse embora.

E dessa vez confirmei o que já sabia a muito tempo: se não deu liga uma vez, não adianta insistir! É triste mas é uma verdade que fica para sempre... hehehe






quinta-feira, 7 de maio de 2009

Meu Nome não é Johnny...





Não gosto de chamar ninguém pelo seu apelido!


Não é legal ter uma idéia préconcebida e com ela formar uma opinião, mas em relação aos apelidos que algumas pessoas carregam sobre si e chamam umas as outras, fico com um pé atrás, e ainda prefiro chamar as pessoas pelo seu próprio nome, me sentindo muitas vezes desconfortável tendo de conversar com alguém pelo seu apelido. Na internet tem até simulador de apelidos para quem queira um exclusivo!

Quase sempre os apelidos se referem a um defeito ou então uma característica da pessoa, que em alguns casos não é tão agradável assim e que pode levar uma pessoa a sentir-se menosprezada e ainda envergonhada.

Outros casos são menos prejudiciais a pessoa, como alguns casos de diminutivos ou ainda supressão do nome. Muitos amigos meus carinhosamente me chamam de "Fê" e isso não me desagrada, pelo contrário, mostra o nível de intimidade que tenho para com essas pessoas e o quanto sou queridos por elas.

Mas mesmo assim, fui criado com a mentalidade de que nome é para ser dito e lembrado, (somente em alguns casos prefiro que sejam suprimidos, apenas quando o são vergonhoso com seu dono).

Conheço ainda pessoas que só são conhecidas pelo seu apelido, e isso já faz parte de suas vidas de tal forma que nem pelo nome mais são reconhecidos.

Mas isso é uma característica forte aqui em nosso país, pois afinal de contas qual país tem como seu comandante supremo alguém mais conhecido pelo seu apelido do que pelo nome?


Ah... o link para o simulador de apelidos... Aliás meu apelido ficou "TRACKER"


terça-feira, 5 de maio de 2009

Escrevendo...

Um dos meus maiores desejos é o de escrever um livro. Dizem que um homem só é inteiro quando escreve um livro, tem um filho e planta uma árvore. Bom, uma árvore já plantei, um filho agora não quero e então me falta a ilustre tarefa de escrever um livro. Mas para publicar um livro precisa-se primeiramente uma historia que mereça ser escrita e cheguei a conclusão de que a melhor história que eu poderia escrever não seria nada mais, nada menos que a minha história.
Parece presunção da minha parte, e as vezes sinto que é um passo largo demais que não sei se vou conseguir dar, mas ao menos irei colocar as minhas idéias sobre os fatos da minha infância complicada, da minha adolescência perturbada e confusa, além do meu casamento frustrado e de minhas lutas por me aceitar como sou... GAY.
Acredito ter material mais que suficiente para escrever uma boa narrativa, mas eu temo ao colocar os fatos tais como ocorreram no papel. Sei que muitas pessoas não irão receber bem essa publicação, mas também sei que milhares de jovens e adolescentes como eu irão ser instruidos a não cairem nas armadilhas que pessoas de mau caráter e profissão de fé dúbia como eu cai e por longos dez anos me arrastei.
Espero conseguir escrever da melhor maneira possivel e que consiga publicar o texto, de maneira a alcançar mais e mais pessoas e consiga realizar um dos meus mais tenros sonhos de infância: ser um escritor!