sábado, 15 de novembro de 2008

Beeshas Batidas





Trechos de conversas com amigos...




_Quando eu vi aquele garoto lindo daquele jeito, disse para mim mesmo: Esse já é meu!

Dizia meu amigo Arnaldo em uma de nossas animadas conversas regadas a vodca e energético antes da balada sobre o nosso conhecido em comum Júlio.

_Ele me disse que fazia faculdade de veterinaria e que trabalhava em uma loja de departamentos para ajudar a pagar seus livros. No momento percebi algo estranho, pois lhe fiz algumas perguntas pertinentes a sua área de atuação e ele nem soube como responder, e acabamos ficando aquela noite. Já na semana seguinte fiz questão de checar se os dados eram verdadeiros e qual a minha surpresa ao constatar que a beesha além de mentirosa era mais batida que clara de ovo pra fazer suspiro.

Ri da colocação de meu amigo, mas tinha que assumir que o menino não era realmente para ele.

_Além do mais na mesma semana eu fui a boate e fiquei analisando a pessoa em questão e lá estava ele ficando com um menino novo na cidade. Logo em seguida, largou aquele e já estava beijando no maior amasso outro visitante da casa noturna. Morreram ali todas as minhas esperanças de namorar um menino daqueles.

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Estávamos eu e meu amigo Ricardo em uma de nossas caminhadas pela Atlântica e tricotando sobre as nossas e as vidas de quem conhecemos, quando um comentário maldoso saiu de minha boca:

_Eu acho o Armiro uma beesha muito batida!

_Ai, eu não sei como ele consegue toda noite ficar com um cara novo.

_Turistas! Eles não conhecem a fama dele e acham ele bonitinho.

_Eu estava na boate sábado passado e fiquei horrorizado, já que o Armiro veio e beijou um cara bem bonito e tal, e logo deixou ele de lado. Seguiu em frente e avistou um outro cara e o beijou. Assim mesmo, sem nenhum pudor na frente do outro cara. E isso é toda vez que ele vai pra Boate.

_Ou seja, toda sexta e sábado você quer dizer.

_SERÁ QUE VALE A PENA FICAR SE QUEIMANDO NA FRENTE DE TODOS?

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O som está no máximo e as músicas incitam a dança do mais puro ritmo baiano, o axé. Estou vendo todos dançando e em especial um cara que dança muito bem, e que vem em minha direção e como carregando um carrinho de mão, sacoleja aquele corpo descomunal ao som dessa musica. No momento fico excitado pela iniciativa do gajo. Dançamos juntinhos, agarradinhos e até com espaço para beijinhos na nuca e de leve na boca. Agora ao ritmo de maionese, dançando e falando ao pé do ouvido sussurra ele:

_Essa noite preciso de um corpo para me aquecer e amanhã estou indo embora para minha cidade.

Em minha frente um homem maravilhoso e uma situação excitante, mas em seguida passam de uma única vez Armiro pegando outro turista desconhecido e em um canto consigo avistar Júlio agarrado aos beijos com um rapaz que também não vem ao caso.

_Adorei te conhecer, mas eu tenho de ir embora.

Fui embora a tempo de salvar ainda um pouco da minha conduta como beesha não batida. Cuidar para que nunca chegue a ser assim...


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